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Entrevista

Agressão contra Mulheres aumenta 300% entre 2022 e 2023 em Sorocaba; aponta CIM Mulher

Agressão contra Mulheres aumenta 300% entre 2022 e 2023 em Sorocaba; aponta CIM Mulher

Publicada em 30/03/24 às 16:33h

Oliveira Júnior


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RMS NEWS |No Brasil, três a cada dez brasileiras já foram vítimas de violência doméstica, de acordo com a 10ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, feita pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV). Os dados são referentes a 2023 e foram divulgados pela Procuradoria da Mulher do Senado.  Qual a realidade atual de Sorocaba em relação a Violência Doméstica contra Mulheres
CINTIA DE ALMEIDA | “ O cenário da nossa cidade é preocupante da nossa região, muito mais, porque existe, por parte de alguns homens, um menosprezo, uma crueldade muito grande, quando ele se relaciona com uma mulher, e isto é cultural, e a gente tem que saber que quando a gente se aproxima de um homem, quando se apaixona, quando está se relacionando, seria interessante saber notícias, sobre ele, sobre a convivência dele, a vida pregressa deste homem, porque o número de feminicídios, na nossa região em dois meses foi de cinco pessoas; as agressões são muitos cruéis contra as mulheres, e é importante a gente saber que o número cresceu , quase trezentos por cento do ano de 2022 para 2023; o número de denúncias das mulheres; não que isto não a tivesse acontecido antes,   essas denúncias aconteceram agora, porque nós todos, saímos às ruas fazendo palestras, [em vários setores da sociedade], e toda esta informação vai se alastrando, como conquistar ajuda, como ser socorrida neste momento em que o seu lar está em chamas , o seu lar deveria ser o lugar de amor e paz e respeito, ele acaba protegendo um agressor. O que fazer, quando fazer, como agir, e isto que nós precisamos explicar para as mulheres.”
RMS NEWS | Quais são os tipos de violência mais frequentes registrados por vocês no CIM Mulher pelas vítimas que procuram a Unidade.
CINTIA DE ALMEIDA | “Todas sofreram muitos anos, tempo demais, onde os filhos já estão destruídos porque amam o pai e amam a mãe, todas já deixaram passar tempo demais, psicologicamente falando, fisicamente falando, elas estão marcadas em todos os sentidos, sob todos os pontos de vista da vida humana; então o ideal é que não deixe passar tanto tempo, não se façam provocações mútuas, não tenham menosprezo um pelo outro, para que os filhos não presencie essas demonstrações violentas que começam nos termos das palavras e chegam às vias de fato, com agressões físicas, com machucados, fraturas, facadas, com tesourada; quer dizer cada vez o crime, a ação se torna mais cruel. O requinte de crueldade a gente percebe ao longo dos anos. As agressões são muito fortes. 
RMS NEWS | Muitas Mulheres vítimas de violência doméstica sofrem por anos e não vão em busca de apoio, temendo represália de seu companheiro agressor e no temor de não conseguir sua subsistência e de sua família. Qual é o momento em que estas mulheres vão em busca de apoio e quebram este vínculo.
CINTIA DE ALMEIDA | “Deveria ser o primeiro momento, que ela deve buscar um apoio psicológico, uma orientação da coordenação da escola do filho, quando o primeiro desrespeito acontece, o primeiro limite é ultrapassado. Um tapa no rosto, uma conversa onde se desfere um soco [no rosto]. E neste momento em que a mulher ao perceber que aquela situação vai se acalorar, vai piorar e ninguém muda ninguém, o casamento não muda, a intolerância toma conta de todo o relacionamento; este é o momento tanto dele, quanto dela buscar ajuda. Na Delegacia da Mulher, no Centro de Referência da Mulher; Sorocaba é pioneira nas ações que criam, que discutem os problemas da mulher. Os problemas que a mulher enfrenta dentro do lar, que deveriam ser o lugar de amor e respeito.”
RMS NEWS |Muitos acreditam que a violência doméstica, ocorre apenas na ‘base da pirâmide’ das classes sociais, ou seja, o ‘topo da pirâmide’, a alta sociedade não enfrenta este problema. Qual é a realidade
CÍNTIA DE ALMEIDA| “Em todos os setores, em todos os níveis sociais, principalmente nos níveis mais elevados; porém as famílias não denunciam, eles vivem aquela ‘mascara’, aquela sintonia desfocada de vida infeliz, pra manter um status, pra fingir diante de uma sociedade que tem que aprová-los; então infelizmente quem tem quem tem a coragem de denunciá-los são as mulheres de níveis inferiores, as mulheres menos esclarecidas.
RMS NEWS | Qual tipo de apoio oferece o CIM Mulher para a vítima de agressão doméstica e familiar  
CINTIA DE ALMEIDA | “Qualquer pessoa, mulher que se sinta ofendida, indignada, que está no seu limite, pode telefonar (15) 99163- 6238, e pedir ajuda. Pode se distanciar da residência, ir até um prédio público, uma Unidade Básica de Saúde, um CRAS, ou mesmo na porta da Delegacia de Polícia, nós temos um veículo que irá buscá-la, ou[então] chamar a GCM, a Polícia Militar, [a mulher], jamais será deixada ao Deus dará, a sua própria sorte. Todas as pessoas têm direito a uma segunda oportunidade de ser feliz”.




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